Uma colher de literatura infantil
O pai da literatura infantil
Hans Christian Andersen foi o pai da literatura
infantil, na época enquanto alguns escritores adaptavam as histórias para a
realidade desse público, Andersen escrevia histórias diretamente para a
infância, havendo milhares de traduções. As
problemáticas que vivenciou com as pessoas, tornaram-se parte de suas
histórias, encontradas como protagonistas, isso tudo fez parte de um resgate a
cultura popular. Um dos aspectos principais em suas
obras é a projeção de suas experiências em seus contos, como por exemplo: O
patinho feio. Suas histórias eram suas autobiografias, o escritor apresentava
com muita ternura o lado triste e violento da vida, garantindo crianças no
papel principal. Teve a originalidade em produzir nos relatos transformados em
contos, situações fantásticas com elementos
mágicos que se desenvolvem nas histórias como as bruxas, fadas e
objetos/animais falantes. Houveram várias adaptações de suas narrativas, pois a tristeza é tão intensiva que alguns finais terminaram em
tragédia, isso fez com que alguns contos que terminam com final triste,
desviasse para um final feliz (GAGLIOTTO; BRITTOS, 2018).
Seus contos sofrerem influência dos princípios românticos, que são permeados
de amores e decepções amorosas, intensa emotividade,
derivadas a sua vivência no auge do Romantismo, o que levou seus personagens
adoecerem por se entregar à desilusão da vida quase por completo. Foi reconhecido por uma vida bastante trabalhosa,
algo que se espelhou em sua personalidade, as histórias criadas por ele além de
terem sido inspiradas em fontes populares, foram refletidas de seus problemas pessoais
que atraiu um clima trágico. Christian tentava encontrar animo para demonstrar
para a elite da época, os contos sobre as desigualdades sociais, expondo a
defesa dos direitos iguais para as classes populares (PAIVA, 1990).
Segundo Corso & Corso (2006) foi a partir do
século XIX que os contos foram publicados para as crianças. O primeiro conto da
literatura infantil publicado foi a versão de cachinhos dourados em 1835 pela
autora Eleanor Mure, mas a versão original é de 1930. A sociedade passou a
valorizar a infância devido a reinvenção dos contos de fadas para os novos
tempos, isso fez com que houvesse uma maior cautela sobre a construção da vida
de cada pessoa, considerando seus pensamentos, desejos e particularidades (CORSO & CORSO, 2006 apud GAGLIOTTO; BRITTOS, 2018).
Os contos de fadas, diferente da
literatura infantil, possuem características com finais felizes e uma lição de
moral para os leitores, sendo elaborado com linguagem simbólica e não se mantem
a uma possibilidade do real, pois possuem resistência fixa e fantasiosa,
podendo ser identificado em modos de prosa e verso. Para classificar as
histórias infantis devem-se perceber os sentimentos infantis que a narrativa
quer passar, é através do nível de compreensão do leitor junto do interesse do
leitor infantil que pode ser considerado. Os contos de fadas possuem um
percurso, no qual inicia com uma situação, progride para um conflito e exige
uma solução com o propósito de chegar a um final feliz, isso contribui na
percepção de vida da criança, na qual ela percebe que não tem como entender e
vivenciar tudo em sua volta (MAZIERO; NIEDERAUER, 2009).
Referências:
GAGLIOTTO, Gisele Monteiro. BRITTOS, Eritânia Silmara
de. Contos de fadas e desenvolvimento
psicossexual: o que pensam e dizem as crianças, o que fazem as professoras.
vol. 1. Pag. 35-37. Ed: Jundaí- SP- Paco Editorial. 2018.
MAZIERO, Estefania; NIEDERAUER, Silvia Helena.
Literatura infanto juvenil: dos contos de fadas às narrativas contemporâneas. Disc. Scientia. Série: Artes, Letras e
Comunicação, S. Maria, v. 10, n. 1, p. 111-128, 2009. Disponível em:<
https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumALC/article/viewFile/741/688>.
PAIVA, Maria Beatriz Facciolla. Os contos de fadas: suas origens
histórico-culturais e implicações psicopedagógicas para crianças em idade
pré-escolar. Dissertação (Mestrado em Educação) - FGV - Fundação Getúlio
Vargas, Rio de Janeiro, 1990. Disponível em:< https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/9128/000055319.pdf?sequence=1&isAllowed=y>.
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