Zona Morta e a Psicanálise
Sempre fui uma admiradora do Stephen King,
sua escrita é única.
Suas obras são cheias de detalhes e a construção
de seus personagens são fantásticas.
Alguns livros são histórias “tranquilas”
como: A espera de um milagre, zona morta e entre outros. Mas King, sabe
escrever muito bem seus livros de terror, com bastante drama e suspense psicológico.
Por exemplo: IT, O iluminado, Jogo Perigoso, Carrie, Mr. Mercedes, Cujo e por aí
vai.
Hoje, irei dar destaque ao livro Zona Morta.
Esse livro aborda questões interessantíssimas,
principalmente na forma como o personagem age após despertar de um coma e suas consequências.
Levando em consideração o periodo que
permaneceu inconsciente, os médicos disseram que não houveram sequelas, após o
acidente.
O livro conta a história de Johnny Smith,
um professor que após sofre um acidente de carro, fica em coma durante 5 anos.
Aparentemente sem “sequelas”, entretanto, os médicos disseram que uma área do
seu cérebro foi danificada, que impede o personagem de reconhecer certos “objetos”.
Essa área é denominada como zona morta.
A zona morta abriga muitas outras coisas das
memórias esquecidas, através dela, Johnny consegue “prever” o futuro. Além
desse poder, dentro dessa zona morta cresce um tumor que suga suas energias.
Percebo que essa zona morta, poderia ser representada
como nosso inconsciente, onde além de memórias já esquecidas, existem pulsões, que
nos movimenta em nossa vida. A definição de insconciente é o ponto central na
teoria psicanalítica, para Freud, o psiquismo não se contém somente ao
consciente. Existem conteúdos que serão possíveis na consciência, após serem
superadas algumas resistências. Mas alguns sintomas originados na vida do
sujeito, podem ser gerados através de pensamentos inconscientes. Em alguns
textos, o inconsciente é entendido como o que é recalcado, com conteúdos inatos
e filogenético para criar a base do inconsciente. Porém, é importante destacar
que nem todo inconsciente é reprimido, mas todo reprimido é inconsciente. Isso
levou Freud a segundo tópica: id, ego e superego.
Na história de Johnny, ele permanece em
coma por cinco anos. O coma, é considerado como uma perda de estado de consciência
que depende de transferências químicas do tronco cerebral e tálamo para o cérebro.
O coma é um estado patológico que o sujeito permanece em um estado de inconsciência,
causado por uma disfunção cerebral.
O personagem quando acorda do coma, ao descobrir
seu dom, procura sempre ajudar as pessoas, impedindo de se machucarem e até
tenta influenciar na decisão para a presidência do USA. Ao mesmo tempo, um tumor
dentro de sua cabeça suga suas energias. Johnny perdeu cinco anos de sua vida,
perdeu sua namorada, sua mãe e muitos outros momentos e oportunidades.
Esse tumor, poderia ser simbolizado como o
desprazer por vivenciar essa perda em realizar de seus desejos, que acaba sugando
sua vida, com suas insatisfações, medos e inseguranças, o que leva ao caminho
da morte. Isso, poderíamos associar as pulsões de vida e morte. Pulsões são
representações psíquicas de estímulos gerados no organismo para a mente. A pulsão
de vida é ligada ao que preservamos para conservar a vida já a pulsão de morte
é ligada a destruição de aspectos que preservam a vida.
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